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14-11-2013 19:37

Vai haver mais consolidação nas telecomunicações, defendem operadores

A consolidação no mercado das telecomunicações vai continuar, defendem os CEOs das empresas do sector em Portugal, e é crítica para garantir a sobrevivência, numa altura em que as receitas atingiram o padrão de queda de 5 a 10%.

O número é de Zeinal Bava, CEO da PT Portugal, e futuro líder do grupo que sairá da fusão PT/Oi, em marcha neste momento. O responsável defendeu no Estado da Nação, do Congresso das Comunicações, que uma redução do número de operadores de telecomunicações na Europa é absolutamente crítico para a sustentabilidade do mercado que, mesmo sendo um dos mais eficientes da economia, “não consegue ajustar a estrutura de custos ao ritmo de queda das receitas do sector”. 

Como exemplo, Bava sublinhou que nos Estados Unidos existem três operadores por cada 100 milhões de habitantes. No Brasil essa relação aumenta para três operadores por 100 milhões e na Europa há 12 operadores por cada 100 milhões de habitantes. 

Diminuir o número é fundamental para garantir condições de crescimento e os reguladores deverão ter isso em atenção quando definem as suas políticas. Não podem apenas olhar para as questões da concorrência, defendeu o responsável. “A rentabilidade do sector caiu muito nos últimos anos e está a níveis perigosos”, considerou. 

A nível nacional considerou que a regulação deverá ter em conta a realidade do mercado e resistir à tentação de ser o bom aluno da Europa, aplicando medidas que podem ter um efeito perverso. Exemplificou com a descida das tarifas de terminação móvel que desceram cerca de 80% em pouco mais de um ano “com impacto direto na realidade das empresas”. 

Os representantes dos três operadores foram unanimes em considerar que o mercado português das telecomunicações está entre os mais avançados da Europa e que essa diferença face à realidade de outros países pode prejudicar Portugal na migração para uma lógica de regulação europeia, como a que está a ser preparada neste momento. 


Regular a nível europeu tem de ter em conta as especificidades do mercado português, ou será regredir e regredir muito”, defendeu Miguel Almeida, líder da Zon Optimus. 

Fonte: Sapo